segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Para que o fruto permaneça!


“Não fostes vós que me escolhestes Amim; pelo contrario, eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda”. João 15.16

Introdução

Nos versículos iniciais deste capítulo, Jesus deixa bem claro a condição para o crescimento e a geração de frutos: “... estar nele...” De outra forma, a conseqüência será: ser “cortado e lançado fora”.
Uma introdução bem dura para quem desejava falar da importância do amor e do cuidado um pelo outro. Mas era necessária tal palavra, afinal Ele estava preparando os seus seguidores para uma caminhada desafiadora e que precisariam “andar com suas próprias pernas”.
O “Ide” de Jesus continua soando em nossos ouvidos e junto ao “ide” o plantar e o cuidar. Veremos estes três pilares e com eles trabalharemos com o propósito de fazer com que os frutos alcançados até aqui, permaneçam!

O Ir, o Plantar e o Cuidar.

O Ir

No capítulo 4. 34-38 João relata uma palavra tremenda sobre o Ide de Jesus para os seus discípulos. Leiamos:

Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra. Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porem, vos digo: Erguei os vossos olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa. O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para vida eterna; e, dessarte se alegram, tanto o semeador como o ceifeiro. Pois no caso é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e o outro é o ceifeiro. Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho”.
É interessante como Jesus destaca, no último versículo que ele enviava os discípulos para ceifar o que não haviam semeado!
Se observarmos, estamos no começo das narrativas de Jesus e, certamente, alguma resistência tenha tido para que tal discurso fosse anunciado. Talvez os discípulos tenham reclamado da tarefa que lhes estava sendo proposta e então, Jesus os adverte com tal palavra. “O campo de trabalho já está pronto, colham os resultados!”
No relato da grande comissão, vimos uma palavra de autoridade ministrada aos, já preparados, discípulos do Mestre Jesus: “Ide, portanto, e fazei discípulos...” Mt. 28.19a
Duas situações que nos levam a refletir em que posição estamos: daqueles que encontram o campo pronto para a ceifa e ainda assim questionam e daqueles que são enviados para fazer. Em qual dela nos encontramos?
Temos aceitado o desafio de ir buscar o que está caído ou esperamos que ele caia na porta de nossa igreja? Temos desejado alimentar o faminto ou esperamos que ele bata em nossa porta já sem forças? Temos anunciado a palavra de Deus ou estamos esperando sentados em nossas igrejas para que se encham de “fiéis” enquanto pecadores morrem sem salvação, sem conhecer ao Senhor?
O Ide de Jesus não é uma escolha, é um mandamento.

O plantar

Temos nós nos preocupado com o que estamos plantando?
Se fomos separados para anunciar o reino de Deus, precisamos estar atentos em como o estamos fazendo.
Infelizmente, muitos estão lançando sementes ruins no meio da terra boa e isto tem confundido os eleitos de Deus. Devemos tomar cuidado com tais sementes, com as palavras que, ao invés de fazer crescer o reino de Deus e os seus frutos, estão denegrindo totalmente o Seu nome.
Mesmo alguns discípulos acabam torcendo e distorcendo a mensagem que é proposta por Deus e acabam se tornando verdadeiros inimigos que lançam joio no meio do trigo.
Em Mateus vemos o clássico texto desta narrativa: Mt. 13.24-30, 36-43
Quando o plantio não é bem realizado, temos as instruções para o tratamento. V. 24-30.
Precisamos preservar o que já está enraizado e não sairmos feitos loucos, desesperados pelo que de ruim foi feito.
Nós pastores precisamos cuidar dos púlpitos a fim de não deixarmos qualquer um lançar sementes contrárias à Palavra de Deus e os fiéis do Senhor precisam ter discernimento daquilo que ouvem.
Será que tudo o que se ouve dos púlpitos de nossas igrejas é Palavra verdadeira de Deus ou os mesmos tem sido usado de forma indigna e absurdamente pecaminosa?
O plantio correto é que fará com que novos frutos cresçam e gerem a 30, a 60 por um.

O cuidar

A oração sacerdotal de Cristo é um modelo para todo discipulador, é a oração do discipulador, aquele que cuida, que se preocupa com os que aprenderam com ele e através dele, as verdades do reino. Leiamos. (João 17)
Após o envio e o plantio, há o cuidado que se faz necessário, mesmo para os que já são experientes, que já estão prontos para continuar lançando as sementes.
Nos versos 1 ao 5, Jesus apresenta um breve resumo do seu ministério e pede, como em poucos momentos em que esteve como homem, a sua “glorificação” como antes tinha junto de Deus o Pai. Detalhe: Ele está sozinho, orando no seu íntimo e por isto se sente na liberdade de usar tais palavras. O que cuida não deseja a glória para si, ele se alegra em ver o crescimento dos seus discípulos.
O que cuida tem em si a responsabilidade e o reconhecimento de que tudo o que fez foi devida a permissão de Deus. Conforme v. 6:

Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiastes, e eles têm guardado a tua palavra”.

A certeza do trabalho bem realizado deve acompanhar àqueles que são escolhidos e enviados por Deus e acompanhado a isto, o trabalho de intercessão pelos que foram discipulados e agora geram discípulos.  V. 7-13

“Agora eles reconhecem que todas as cousas que me tens dado, provêm de ti; porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste. É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; ora, todas as minhas cousas são tuas e as tuas cousas são minhas; e neles sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam, ao passo que vou para junto de ti. Pai santo guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas agora vou para junto de ti, e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos”.

Na continuação desta oração, há o pedido por santificação e uma “extensão intercessória” isto é, por aqueles que “viriam a crer em Jesus por intermédio da sua palavra, da palavra dos discípulos”. V. 14-20
Por fim, o cuidado para que “todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós”. V.21
É incrível o que nos diz o Senhor e como Ele deseja que estejamos: Um com o meu irmão e com o Pai!

Conclusão

Neste momento em que vivemos tempos de preocupação com o anunciar o Reino de
Deus precisamos nos colocar na posição de escolhidos de Deus a fim de cumprir o Seu Ide. Como falamos no começo, o Ide não é uma escolha, é um mandamento e como tal, precisamos cumpri-lo.
O plantio da semente correta e o cuidado com os que estão sendo preparados devem fazer parte do nosso planejamento a fim de que seja possível crescer e assim, novas sementes gerarem novos frutos que gerarão novas sementes.

Para que o fruto permaneça!

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